quinta-feira, junho 29, 2006




Um personagem evoluiu em meio à bruma
e fez poema em minha sombra matinal:
"por trás da escravidão fabril
dos integrados à sociedade
e da moderna tecnologia,
transita a fome estreita.
Uma dor contrita esta alma espreita,
língua desinstruída expressa ignorância."

Minha cara expressiva com raiz silvícola
afro-descentende enfim compreendeu:
sobreviver à minha existência
era o que me restava até eu ler
o que aquele brumado personagem revelou:
sua infância suja, maltratada,
desviada, enraivecida antes dos cinco
e antes dos dez a cachaça,
a ingrata ciência brasileira
da sua absoluta miséria.

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