quinta-feira, junho 15, 2006

Mil Haikais


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Antes de esculpir mais de mil haicais
debulhe cem bagos de feijão de corda
quando a manhã pronta transborda
das costas do céu azul, antes do sol

depois acople dois novos versos
à pata de uma lhama branca
recupere-os, amassados
com manchas de areia.

Jamais encontrará de primeira
os versos limpinhos, as palavras
combinadas, como gosta de ler
nas obras da grande literatura

Tudo começa e termina na procura
a perfeição é imediata apenas ao leitor
ao poeta falta sempre o elo último, a fechar
um circuito oracular de clara percepção

apenas quando se vê nascer finalmente
uma completa imagem ovular a flutuar
nos rios da sensibilidade, lentamente,
eles emergem, em máxima sabedoria.

Apronte-se, corra a se banhar, coma
arrume as malas e se hospede no jardim
duas ou três palavras o irão acordar

naquela hora derradeira da madrugada
antes da passarada, ouvirá o galo anunciar
vire seu olhar ao leste, os haicais estarão lá .

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de ontem pra hj dormi e acordei chorando, recolhendo tristezas repetitivas, passei toda a tarde tentando me refazer de mim mesma. A base de cha, ella fitzgerald e luz de sol frio nas janelas da minha casa suspensa...meu quarto andar de solidao. Ao ler seu poema sobre meu cartao, voltei a chorar, dessa vez com sorrisos entre as lagrimas como virgulas, gotas de pausa que me fazem respirar.

isso significa que te ler me faz feliz.
 
eu comparei as duas versoes blog-fololog, prefiro esta do blog, os versos finais ficaram mais equilibrados.
 
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