quinta-feira, junho 29, 2006
Um personagem evoluiu em meio à bruma
e fez poema em minha sombra matinal:
"por trás da escravidão fabril
dos integrados à sociedade
e da moderna tecnologia,
transita a fome estreita.
Uma dor contrita esta alma espreita,
língua desinstruída expressa ignorância."
Minha cara expressiva com raiz silvícola
afro-descentende enfim compreendeu:
sobreviver à minha existência
era o que me restava até eu ler
o que aquele brumado personagem revelou:
sua infância suja, maltratada,
desviada, enraivecida antes dos cinco
e antes dos dez a cachaça,
a ingrata ciência brasileira
da sua absoluta miséria.
sua infância suja, maltratada,
desviada, enraivecida antes dos cinco
e antes dos dez a cachaça,
a ingrata ciência brasileira
da sua absoluta miséria.
Marcadores: Poemas
sexta-feira, junho 23, 2006
haicais
terça-feira, junho 20, 2006
ELETRO ROCK SAMBA FUNK
segunda-feira, junho 19, 2006
haicais
quinta-feira, junho 15, 2006
Mil Haikais
Antes de esculpir mais de mil haicais
debulhe cem bagos de feijão de corda
quando a manhã pronta transborda
das costas do céu azul, antes do sol
depois acople dois novos versos
à pata de uma lhama branca
recupere-os, amassados
com manchas de areia.
Jamais encontrará de primeira
os versos limpinhos, as palavras
combinadas, como gosta de ler
nas obras da grande literatura
Tudo começa e termina na procura
a perfeição é imediata apenas ao leitor
ao poeta falta sempre o elo último, a fechar
um circuito oracular de clara percepção
apenas quando se vê nascer finalmente
uma completa imagem ovular a flutuar
nos rios da sensibilidade, lentamente,
eles emergem, em máxima sabedoria.
Apronte-se, corra a se banhar, coma
arrume as malas e se hospede no jardim
duas ou três palavras o irão acordar
naquela hora derradeira da madrugada
antes da passarada, ouvirá o galo anunciar
vire seu olhar ao leste, os haicais estarão lá .
Marcadores: Poemas
sábado, junho 10, 2006
Pronto a um poema leve
Eu em pessoa inspiro-me
pronto a um poema leve
como se dissesse: releve
e passe a viver sozinho
não sozinho em um espaço
sozinho em si mesmo, pleno
independente. sinta soar ali
e acolá aquela canção e vá
a perseguir a suave sensação
de pertencer a menos gente
ainda mais leve a trabalhar
nos dias a sorte da redenção
mas, não espere deste mundo
que pouco tem a ensinar
compartilhe já d'outro, hetéreo
e sua história permanecerá
nas ruas e casas entrementes
pela sua gloriosa autonomia.
Carta Terrorista
Um tratado sobre a política ocidental
estudo sobre a poética inglesa dos séculos 19 e 20.
Das melhores canções de rock de todos os tempos
o espelho da nossa sociedade nos refletirá ainda por décadas.
Um prenúncio do que viria, ou virá, a acontecer.
Uma fórmula artística do que não se poderá repetir.
Um tapa com luva de aço no estado burguês
e na sua proclamada presunção de garantia
de justiça, harmonia e paz.
Uma ode à coragem.
A vida existe apenas pela poesia.
Um passo dentro da história do celulóide.
A dança do guerreiro vencedor
um culto á memória (n)dos versos.
Algo que nos serve para percebermos que somos enganados o tempo todo.
Como eles olham em nossos olhos e ainda não nos acreditam. Pagarão pela prepotência.
Depois não digam que não foram avisados.
estudo sobre a poética inglesa dos séculos 19 e 20.
Das melhores canções de rock de todos os tempos
o espelho da nossa sociedade nos refletirá ainda por décadas.
Um prenúncio do que viria, ou virá, a acontecer.
Uma fórmula artística do que não se poderá repetir.
Um tapa com luva de aço no estado burguês
e na sua proclamada presunção de garantia
de justiça, harmonia e paz.
Uma ode à coragem.
A vida existe apenas pela poesia.
Um passo dentro da história do celulóide.
A dança do guerreiro vencedor
um culto á memória (n)dos versos.
Algo que nos serve para percebermos que somos enganados o tempo todo.
Como eles olham em nossos olhos e ainda não nos acreditam. Pagarão pela prepotência.
Depois não digam que não foram avisados.
Homenagem aos 20 anos do lançamento do álbum "The Queen is dead", da banda inglesa The Smiths , que mudou as bases do rock and roll entre 1982 e 1987.
sexta-feira, junho 02, 2006
Povo
O que tinha que sofrer já sofri
Esclareço-te sou brasileiro
ouço cores e vejo vozes
sou indolente, se o assunto
é trabalho obrigatório
deus ajuda quem nunca labuta
e escuta quem muito inventa
quem muito tenta escapar
da vida escrita em linhas retas
minha nacionalidade não admite
contrariedade. Já chorei, já parti
o que tinha que sofrer já sofri.
Tu vês nossa semelhança, porém
fazes esforço para ignorá-la, todavia
tua memória inside em teus quadris
e assim representamos
nosso sumo de brasilidade
paixão e co-responsabilidade
por assaltos e genocídios
a mão do ladrão não é minha mão
contudo vejo pelo olhar do ladrão
então, devo sentir a dor latente
no peito do inocente baleado
deus escreve certo
sobre páginas em branco
deus insiste: com respeito
cumpre a desobediência
Modelemos nossa cultura
esqueçamos ritos alheios
e sigamos brasileiros reais
misturados e esquecidos
em nossa própria indolência
nossa herança, a preguiça
nossa ousadia é ventura.
ouço cores e vejo vozes
sou indolente, se o assunto
é trabalho obrigatório
deus ajuda quem nunca labuta
e escuta quem muito inventa
quem muito tenta escapar
da vida escrita em linhas retas
minha nacionalidade não admite
contrariedade. Já chorei, já parti
o que tinha que sofrer já sofri.
Tu vês nossa semelhança, porém
fazes esforço para ignorá-la, todavia
tua memória inside em teus quadris
e assim representamos
nosso sumo de brasilidade
paixão e co-responsabilidade
por assaltos e genocídios
a mão do ladrão não é minha mão
contudo vejo pelo olhar do ladrão
então, devo sentir a dor latente
no peito do inocente baleado
deus escreve certo
sobre páginas em branco
deus insiste: com respeito
cumpre a desobediência
Modelemos nossa cultura
esqueçamos ritos alheios
e sigamos brasileiros reais
misturados e esquecidos
em nossa própria indolência
nossa herança, a preguiça
nossa ousadia é ventura.
A vida quando entorta é espetacular,
porque nos mostra a serventia da casa,
a porta,
e lá estamos nós de volta a cortejar
a vida.
porque nos mostra a serventia da casa,
a porta,
e lá estamos nós de volta a cortejar
a vida.