sábado, julho 29, 2006
Alice
Para dentro é que se anda
centrifugamente persistente
como o bumbo d'uma banda funk
ou mesmo um trem à toda .
Quando encontramos a vasta colina emocional
quando damos de cara com a folha em branco de nossas vidas
caimos num buraco estreito e longo, com pequena poça d'água no fim
e de lá escapolimos pelo portão por onde passam nossas seivas.
E ao sentirmos o frescor da descoberta primordial
escalamos as artérias até o ponto de onde o olho olha
e voamos livres a partir de nossa própria percepção
para além daquilo que éramos antes de entrarmos.
centrifugamente persistente
como o bumbo d'uma banda funk
ou mesmo um trem à toda .
Quando encontramos a vasta colina emocional
quando damos de cara com a folha em branco de nossas vidas
caimos num buraco estreito e longo, com pequena poça d'água no fim
e de lá escapolimos pelo portão por onde passam nossas seivas.
E ao sentirmos o frescor da descoberta primordial
escalamos as artérias até o ponto de onde o olho olha
e voamos livres a partir de nossa própria percepção
para além daquilo que éramos antes de entrarmos.
quinta-feira, julho 20, 2006
CASPAR DAVID FRIEDRICH
Assaz perseverante
verei
através da noite
a causa do meu ser
o que me faz viver,
o que eu prefiro
que quadro, que livro,
que pessoa me apraz
que cruz se me prega,
como vou aonde vou
que gesto me diz,
que flor se me revela.
verei
através da noite
a causa do meu ser
o que me faz viver,
o que eu prefiro
que quadro, que livro,
que pessoa me apraz
que cruz se me prega,
como vou aonde vou
que gesto me diz,
que flor se me revela.
quinta-feira, julho 13, 2006
azedo e azeda
colega, o que temes?
queres me derrubar?
sentes ter algo que eu não tenha,
ou acreditas poder ingenuamente gritar:
"não consigo deixar de atacar
quem eu não considero amigo
triste lembrança, a infância
brincadeiras, e sou infeliz."
Tem piedade de ti, cura-te a ti mesmo
apieda tu desta tua alma encoberta
teu mundo que mais se parece
uma esponja molhada e fétida.
sentes ter algo que eu não tenha,
ou acreditas poder ingenuamente gritar:
"não consigo deixar de atacar
quem eu não considero amigo
triste lembrança, a infância
brincadeiras, e sou infeliz."
Tem piedade de ti, cura-te a ti mesmo
apieda tu desta tua alma encoberta
teu mundo que mais se parece
uma esponja molhada e fétida.
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sábado, julho 08, 2006
De lépido e burrinho
cada um tem um pouquinho
compra-se músculos e loirice
géis para cabelos de modelos
uma dança feliz, outra meretriz
teve de um tudo pra quem quis
e ainda sobrou cigarro
tapioca e bissexual
dinheiro trocado badulaque
mentira fantasia tirania broca
parte da mente é oca, esburaca
a cartilagenzinha e dá eco
Com um treco solto na cabeça
a gente fica elétrico, escapole
o que antes de chegar já anuncia
uma burricezinha desgramada.
cada um tem um pouquinho
compra-se músculos e loirice
géis para cabelos de modelos
uma dança feliz, outra meretriz
teve de um tudo pra quem quis
e ainda sobrou cigarro
tapioca e bissexual
dinheiro trocado badulaque
mentira fantasia tirania broca
parte da mente é oca, esburaca
a cartilagenzinha e dá eco
Com um treco solto na cabeça
a gente fica elétrico, escapole
o que antes de chegar já anuncia
uma burricezinha desgramada.
segunda-feira, julho 03, 2006
Cuidado (em contrução)
Tua vulnerabilidade não encobre
tua humanidade. Acredita:
pobreza é o que tu imaginas
merecer, quando este verbo é
o veneno para tua altivez e vontade.
Mereces convencer-te a ao mundo dar-te.
Por um olhar amor se transmite.
Se o amor portanto se depurar
amargura transfigurar-se-á
coragem e, para além da colina,
cuida de ti mesmo, em verdade.
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