sábado, dezembro 24, 2005
Lamento o natal
Um cristo de plástico
enfeita o presépio
a senhora negra reza
tradição é conveniência
ausentes os amigos
que não existem
guiam-se pela utilidade
amor não é caridade
pela cidade, eu me sinto
como um tolo em busca do nada
uma vez que amor é nada
e amizade é episódica
rimas inúteis
ilustram minha tristeza
descrença e desânimo
abrem-me caminhos escuros
ao lado da velha que reza
uma bíblia isolada
uma vez que negra analfabeta
e avó de mestiço rude
até onde pude fui leal
e minha escolha se mostrou
imbecilidade infantil
não soube amar, ou não sei
o amor não existe
é mera intensão do capital
para que se consuma uma dor
que nos encaminhe ao balcão
triste canção natalina
escorrem lágrimas
no rosto da santa de gesso
eu sou o que mereço e mais um pouco
instaura-se um ato de discórdia
a miséria é nosso maior tesouro
o abandono, prática reinante
a vida é palco de desencontros
decepção, matéria de aprendizado
a vida ensina por linhas tortas
Deus escreve certo por linhas retas
Cristo de plástico no presépio morre.
enfeita o presépio
a senhora negra reza
tradição é conveniência
ausentes os amigos
que não existem
guiam-se pela utilidade
amor não é caridade
como um tolo em busca do nada
uma vez que amor é nada
e amizade é episódica
rimas inúteis
ilustram minha tristeza
descrença e desânimo
abrem-me caminhos escuros
ao lado da velha que reza
uma bíblia isolada
uma vez que negra analfabeta
e avó de mestiço rude
até onde pude fui leal
e minha escolha se mostrou
imbecilidade infantil
não soube amar, ou não sei
o amor não existe
é mera intensão do capital
para que se consuma uma dor
que nos encaminhe ao balcão
triste canção natalina
escorrem lágrimas
no rosto da santa de gesso
eu sou o que mereço e mais um pouco
instaura-se um ato de discórdia
a miséria é nosso maior tesouro
o abandono, prática reinante
a vida é palco de desencontros
decepção, matéria de aprendizado
a vida ensina por linhas tortas
Deus escreve certo por linhas retas
Cristo de plástico no presépio morre.
segunda-feira, dezembro 12, 2005
Ao som de sua música
Eu estava aqui pensando
se eu dissesse que foi bom, o que perderia?
o que a Betty faria, se o Reginaldo fez
quando a manhã azul iluminou meu domingo?
qual o problema em tentar dizer
que a vida pode continuar a ser
um caminho de parcerias sinceras
por onde corram águas tranquilas?
foi bom chegar à sua cachoeira imensa
sua energia cem milhões de voltz
lâmpada de sol acesa na janela
sem parar um só instante, velegei
ah, mas se me insiste essa vontade
e ela acabar na contramão da sua
eu terei dito e feito o que faria
já q se mente tanto na tela
e o amor só se revela
após outras tantas manhãs.
se eu dissesse que foi bom, o que perderia?
o que a Betty faria, se o Reginaldo fez
quando a manhã azul iluminou meu domingo?
qual o problema em tentar dizer
que a vida pode continuar a ser
um caminho de parcerias sinceras
por onde corram águas tranquilas?
foi bom chegar à sua cachoeira imensa
sua energia cem milhões de voltz
lâmpada de sol acesa na janela
sem parar um só instante, velegei
ah, mas se me insiste essa vontade
e ela acabar na contramão da sua
eu terei dito e feito o que faria
já q se mente tanto na tela
e o amor só se revela
após outras tantas manhãs.